segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sobre BRT-GV




Parabenizo-os pela coragem do debate!

Participei de uma das etapas do Projeto do BRT, fazendo parte do projeto geométrico como projetista e não como definidor da concepção adotada, junto à uma equipe de engenharia contratada pela SETOP.

Muitas foram as limitações, principalmente, por uma visão restrita do desenho urbano da cidade e a concepção de sistema de transporte que ultrapassa a readequação física das vias.

Acho que o partido da plataforma de passageiros é interessante, muito melhor que o estudo que tive acesso na época do projeto que participei. Alguns dos questionamentos era a questão da altura base da plataforma, que confere a passagem em nível para o ônibus. Existe o modelo de ônibus com acesso rebaixado - não sei se já definiram qual o modelo será implantado? Inclusive aqui em São Paulo existem dois tipos de ônibus, mas não existe a plataforma pensada para o sistema BRT (que pressupõe cobrança da passagem na entrada da plataforma, como em Curitiba), mas as idéias de Corredores Exclusivos de Ônibus que é completamente diferente em muitos aspectos, e muitos se confundem.

Mas o partido adotado é interessante, principalmente se for entendido como uma peça montada parcialmente ou totalmente - num contexto de pré-fabricação. Funciona como dito, como pontilhões ferroviários ou mesmo passarelas, sendo uma viga-plataforma (assim pode-se pensar como peça única) que ela possa se ajustar à cota de acesso tanto do BRT, quanto a de um possível VLT (proposta da Prefeitura de Vitória) que se faz em nível mais rebaixado.

Fiquei pensando se fosse realmente uma plataforma pré-montada e transportada para o local, talvez modulada pela carroceria do veículo (ver http://www.megatranz.com/conteudo/noticiasint.php?cod=6) que deslocaria da pré-montagem até a instalação - implantada sobre as cabeceiras estruturais (ajustando a cota do piso) com as rampas e patamares de acesso - digo isso, pois são várias as situações de projeto - resultantes do traçado e local de implantação (vejo que isso teria que ser revisto no projeto executivo, para posicionar as estações em traçado ajustado, com ultrapassagens constantes, e a previsão de possível implementação do VLT, que entendo ser mais interessante que o BRT).

Então, pensando no sistema de montagem, o partido adotado, o ganho de escala pela pré-fabricação e pré-montagem, o ajuste de cota do piso pelas cabeceiras de acesso (chegando ao nível do BRT ou do VLT), fica - a meu ver - ainda uma estrutura-plataforma que se apóia como ponte, com o vão embaixo da plataforma livre (imagino que venceria um vão de 30 a 60 metros de acordo com a altura ao se comportar como treliça plana por exemplo), sendo que a previsão das plataformas em projeto teriam a modulação de 30 metros, com plataformas de 3 x 60 metros no caso das plataformas alternadas ou de 5 x 90 metros no caso das plataformas que concentrariam fluxos alimentadores e locais - notadamente em frente aos atuais terminais do sistema TRANSCOL e nos locais de grande concentração de pessoas).

Funcionando como ponte, haveria a economia de base/fechamento abaixo da plataforma - na possibilidade do vazio - uma leve sensação de ruptura entre os lados pelo vão ao se olhar  para a plataforma (sendo um dos questionamentos negativos as mesmas, assim como a impossibilidade de se adequar ao VLT),

Ressaltar o vão, afirmando a plataforma na sua condição de objeto único, estrutural, plástico, e como dito - simbólico por remeter à Ponte Florentino Avidos me parece razoável.

Assim fica a possibilidade de um sistema instalação das plataformas quase conecte e use, se também for pensado nos projetos complementares essa condição de plug-and-play da plataforma, ganhando assim no tempo de implantação do sistema e menores impactos no trânsito à luz da execução das obras.
São somente reflexões sobre possibilidades, que após participar em etapa preliminar do projeto do BRT [sob a defesa pelo sistema do VLT (sistema troncal) + Aquaviário (sistema metropolitano em anel hidroviário pela Baía de Vitória e transversal incluindo os rios e canais - tornando-os renavegáveis - com alcance local) + Cicloviário (deslocamentos locais integrados ao sistema), com a possibilidade de ônibus locais (menores num traçado viário mais capilar) integrados aos terminais de integração intermodal estabelecido como infraestrutura da cidade (reforçando sua função de equipamento público metropolitano).

Para que não ocorra sobreposição de linhas e competição entre modais numa idéia de complementaridade sistêmica de acordo com as vocações de cada modal e localidade. Deve-se ressaltar a necessidade do debate de políticas de integração das cobranças de passagem, rompendo consórcios fragmentários - entre sistema de transporte municipal e metropolitano - e a implantação, como em concepção aqui em São Paulo, mas não aplicado plenamente, do Bilhete Único que retoma o debate político sobre sua função social e democrática de acesso aos meios de deslocamento e mobilidade nas cidades.

Acho que o artigo que coloca sobre a plataforma do BRT abre um debate importante e qualificado, que deve se estender sobre os impactos e desenho urbano, a escolha de sistemas de transporte para as cidades, a necessidade de se pensar a integração com outros modais - principalmente os não motorizados - a escala e o desenho dos espaços públicos para quem se desloca a pé, e a nossa condição de ilha que permite o transporte aquático inexoravelmente - e não há estudos que comprovem o contrário, sob a desconfiança de se estar fazendo um plano “rodoviarista” para uma cidade historicamente marítimo-fluvial como Vitória com alcance para a região metropolitana.

Enfim, muitas questões e possibilidades, desencadeadas vossa ação corajosa.

Acho que realmente falte coragem para colocar as questões sobre a cidade e ética para se debater projetos e arquitetura publicamente, fora de audiências, como uma prática cotidiana que foge a temerosidade autoral-corporativa de classe, esquecendo-nos que o foco da arquitetura é a cidade e seus habitantes.

Cordialmente,

Karlos Rupf

segunda-feira, 7 de junho de 2010

apenas idéias_
MEMORIAL CONCURSO PARQUE TANCREDO NEVES-ES


A cidade é hoje um diagrama de forças.


Invade, empurra, redireciona, agrega... aterra

O terreno em questão é um corpo

Atravessado, reage

Artifício da intervenção, nasce da ação do homem

Projetar, mais do que artifício, é uma ação

Que se manifesta pela intervenção

Traçar uma linha é a busca pela descoberta

Busca romper paradigmas, a lógica do eixo único

Quebrando a visão determinística do lugar criado simplesmente pelo arquiteto

O projeto ambiciona liberdade

A livre apropriação

A multiplicidade se manifesta no encontro com o outro

Na criação de subjetividades

No encontro com o lugar

Lançamos mão dos eixos bidimensionais

Propomos alçar um vôo

Movimentar o tectônico

Criar topografia

Conflitar o natural com o construído

A idéia é uma performance

Como se pegássemos uma escada e subíssemos

Redescobrindo o encoberto, o obstruído

A idéia é uma ação

Propomos uma visão do todo...

Panóptica... Não no sentido de controle, mas de vislumbrar o heterotópico que se manifesta na paisagem

Nos mares e morros do lugar

A sucessão de seções topográficas acena para vislumbrar o todo e acolher o indivíduo

Um dispositivo de descoberta e subjetivação

Os morros emprestam sombra e acomodam os que querem olhar o pôr-do-sol

Permite o evento enquanto arquibancada e acesso às partes mais elevadas do programa

Uma hierarquia sutil que eleva e envolve os usos e evita, na medida do possível, barreiras e limites materializados em cercas e muros

Rompe o limite entre a terra e a água

Subtrai da margem

Adiciona a água

Re-relaciona terra com terra

Torna um só elemento água

Decompõe o significado de margem e a linha determinadora de distâncias e limites

Projetamos como peles

A existente mais a pele natural

Adicionamos superfícies, conectores e pontos de conexão

Re-comunicando e re-significando o território

Interpolando possibilidades de ações,

distribuindo os usos pelo sítio.



Um mosaico de situações, observadas no local e levadas à potência. A compreensão do território de um parque que fora a plataforma da coletividade e agora se expressa em resquícios de atitudes de lazer, não se trata de um espaço estéril, mas simplesmente desprovido de gentileza para com os que ainda por lá transitam. Um terreno vago, um terreno da cidade. Um terreno amplo que despojamos equipamentos de esporte, lazer, ócio, cultura. Nunca implementados em bolsões únicos funcionalmente, Criamos pontos de tensão e convidamos para o passeio. Não o caminhar preguiçoso, ao rés do chão. Dotamos de turbulência a topografia. Novos pontos cotados surgem positiva e negativamente. Num embate de esforços invisíveis que dialogam e sem complementam. Criam contraposição. Surgem “morrinhos” de brincar para as crianças. Numa tentativa de tirar a mesmice das infâncias da cidade. Espaços para pular, subir, rolar no gramado. Vislumbrar o além do local. O que está fora dialogando, mar e montanhas, cidade ao outro lado. Ponte, Passarela que se chega sobre a rodovia. Chega-se pelo alto e se vislumbra o conjunto. Uma tela divulga os acontecimentos do parque e da cidade aos que chegam a Vitória pela Segunda Ponte. Os conjuntos edificados não determinam barreiras. Se pode subir pelas coberturas. Calotas de concreto seccionadas para se entrar. Casca que chão que perfaz o ginásio. Conclui-se em sombra e abrigo. Uma quadra artificial se posiciona sobre o ginásio. É artificial, portanto artifício se faz. O campo de areia que dialoga com a praia artificial que recebe os banhistas da região. Escassez de praias e balneários em Vitória, por que não se construir uma. As rampas acomodam o acontecimento espontâneo. Um espetáculo ao ar livre ou o ensaio da escola de samba do bairro. O parque é ao mesmo tempo passarela e apoteose. Num colorir proporcionado pela vegetação implementada além da existente. Ipês amarelos e rosas por exemplo. Pitangueiras e araçás adoçam o paladar de pássaros e usuários. Tenta-se trabalhar cada recanto. A piscina que mergulha no mar se fazendo uma só. O prédio da garage de barcos que toca e avança sobre a água. Todo o contexto está posto e ligado por links que se delineiam através da luz - luminárias lineares de perfil “I” com lâmpadas fluorescentes e sua alma - e sugerem conexões possíveis entre lugares e usos. O ponto é um prisma. Uma volumetria simples dos módulos de uso múltiplo. Que quando abertos desvelam variações formais de seu cerne. Múltiploe apropriado para vendedores ambulantes, guaritas, banca de revistas, enfim, é mutante a qualquer uso que se demandar. Esse projeto na verdade é um exercício de nossas afecções, um desejo para se encontrar num lugar.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SOBRE AS BIENAIS DE ARQUITETURA DE SÃO PAULO

Talvez fosse interessante nas próximas Bienais segmentar – nas edições de concursos sobre uma temática [em categorias de PROJETO e OBRA] – em ARQUITETURA uma categoria e URBANISMO outra, posto que exista ao meu ver um nível de abordagem e escala que não se aplica à proposição temática das Bienais. Vejo também a enorme quantidade de menções honrosas aplicadas que constatam a “diversidade” e não “encaixamento” da avaliação dos “objetos aos temas”.


Tal constatação se verifica desde que visitei as primeiras Bienais como estudante, agora profissionalmente e outrora como participante da equipe que recebeu menção honrosa pela UFES no Concurso de Escolas na 6º BIA com o Projeto Neogênese, no qual o tema Utopia foi tratado como uma possibilidade até mesmo para justificar a arquitetura do espetáculo.
Visões de mundo distintas, talvez ainda continue reticente ao tratar a arquitetura e a cidade como manifesto do puro objeto plástico e tecnológico.


Falta-nos talvez incorporar, como outras Bienais, um segmento de Concurso por Cidades no qual, por exemplo, Bogotá foi vencedora da Bienal de Veneza por suas políticas de incentivo à mobilidade urbana e espacialização público-coletiva.


Fica para o pensamento e debate das próximas edições da Bienal o motivo pelo qual a Bienal de Arquitetura de São Paulo tem sofrido pelo esvaziamento de trabalhos e público…
Acho que falta condizer a sua proposta conceitual com os anseios da sociedade, extrapolando a condição de produção da unidade habitacional burguesa como máquina da verdade de nossa condição profissional… Falta-nos extrapolar a galeria como único espaço que se manifesta a obra (ao contrário de outras Bienais e campos artísticos que intervêm no espaço da cidade para que haja o rebatimento público-obra).


Talvez tal amedrontamento esteja no fato de que ainda sejamos de certo modo uma profissão que se manifesta em revistas e galerias, longe dos cidadãos e “males” da cidade que temos que enfrentar.

Karlos Rupf, arquiteto urbanista pela Universidade Federal do Espírito Santo, residente entre Espírito Santo e São Paulo.

Comment por Karlos Rupf Quarta-feira, Dezembro 23, 2009 @ 6:31 am

Só para complementar o raciocínio, acho também que falta para o Concurso Temático da Bienal a separação dos trabalhos feitos após o debruçamento sobre o tema proposto e os trabalhos advindos e “encaixados” na temática dos escritórios. Para isso existem as seções de exposição da Bienal de PROJETOS INSTITUCIONAIS e, dever-se-ia criar a de Projetos Particulares, concorrendo assim que estiver disposto a “investir” seu tempo no Concurso da Bienal, sendo que já existem as Premiações Anuais dos IAB’s e que também se verifica a recorrência dos mesmos trabalhos expostos nas bienais e sabe-se lá onde.

karlos rupf
arquiteto-urbanista

Comment por Karlos Rupf Quarta-feira, Dezembro 23, 2009 @ 6:44 am


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


HOMEM CORDIAL I

Sobre o Rio 2016:

“O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe, entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição (...). De acordo com esses doutrinadores, o Estado e as suas instituições descenderiam em linha reta, e por simples evolução, da família. A verdade, bem outra, é que pertencem a ordens diferentes em essência. Só pela transgressão da ordem doméstica e familiar é que nasce o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante as leis da Cidade. Há nesse fato um triunfo do geral sobre o corpóreo (...)1

Sempre coercível o debate da sociedade brasileira com o da cidade, que, atravessando décadas, detém em essência essa herança pormenorizada de relações humanas... Clara, desvelada, aqui, quase sempre intercambiada entre os mesmos ou semelhantes - variando de situações - agentes da formação de nossas cidades e, por conseguinte, presentes subliminarmente como mantenedores de nossas instituições. Manifesto “o jeito brasileiro” ou “jeitinho” ao qual o autor também revela em nossas relações próximas no trato religioso e familiar, trazendo para si uma intimidade quase patética. O “homem cordial”.

Este (...) “Formado nos quadros da estrutura familiar, o brasileiro recebeu o peso das “relações de simpatia”, que dificultam a incorporação normal a outros agrupamentos. Por isso, não acha agradáveis as relações impessoais, características do Estado, procurando reduzi-las ao padrão pessoal e afetivo. Onde pesa a família, sobretudo em seu molde tradicional, dificilmente se forma a sociedade urbana de tipo moderno”2


Possivelmente, e como recurso de linguagem para evadir se usam aspas e pluralizações – “me parece” - que os comitês, institutos, conselhos, prefeituras e profissionais, não superaram em maior ou em menor escala o nosso carma colonial, em que imperam, sob o auspício de uma democracia do algo quase, uma pseudo-verdade de nação. Tal desejo onipresente de inserção global-capitalista-urbana entra em paradoxo com um contexto “feudal” ou estanque, cheio de amarras sociais e fundamentado num eloquente primitivo, que bem remomora tempos conjugados no pretérito do presente da história do Brasil.

É como se convidássemos o time visitante para jogar bola perto da cerca do latifúndio, condicionando assim, somente o time que convida participar da partida. O público está mais uma vez sentado na metáfora de arquibancadas vazias do comentarista ausente de um jogo imaginário...

1 e 2: Trechos do Livro “Raízes do Brasil”, Sérgio Buarque de Holanda -1936

POSTADO EM:

http://concursosdeprojeto.org/2009/01/28/madrid2016/#comment-287

quinta-feira, 31 de julho de 2008

+ Gostaria de saber qual o nível de entendimento da Prefeitura com as empresas de ônibus municipais. Falo isto no sentido da PMV possibilitar políticas de mobilidade urbana mais eficazes:


0 - Por que os ônibus não funcionam 24 h, digo isto pelo fato da cidade possuir uma vivacidade contínua, não se restringindo ao fluxo de trabalho em horários comerciais, mas como não possuo carro não tenho como me deslocar pela cidade à noite, por exemplo. Isto deveria estar diretamente relacionado com as políticas para o turismo, lazer, cultura e economia.

1 - O Centro da cidade de Vitória tem uma notória movimentação durante o dia, mas gostaria de ir às apresentações do Teatro Carlos Gomes ou simplesmente freqüentar a Rua 7 sem ter que me preocupar com o horário que os ônibus acabam. Se existe uma proposta de valorizar o Centro, este ponto é crucial para o seu sucesso, mobilidade, isso é democrático, isso é uma proposta contundente para um espaço rico de diversidade, que pode oferecer muitas opções, mas falta acontecer.

2 - Sobre a mobilidade dentro de Vitória cito também a falta de acesso ao Parque da Fonte Grande, por exemplo. Nos fins de semana pelo menos poderia haver linhas especiais que conectam os Parques da capital, uma "Rede Verde". Do contrário só acredito que as iniciativas são para uma determinada elite ou classe que pode desfrutar da cidade de maneira mais ampla.

3- Outro fator é o preço das passagens, um convênio com as empresas de ônibus para baratear o preço da passagem nos fins de semana é incentivo para que as pessoas saiam de casa, vivenciem o espaço urbano, gerando maiores divisas para comerciantes e prestadores de serviço, parece óbvio, mas não acontece, o lazer no espaço da cidade é carente não por falta de opções mas de acesso físico e informacional.

Para tanto não se faz necessário promover atividades o tempo todo, através da Prefeitura, para que a cidade aconteça culturalmente. A possibilidade de se deslocar, de encontrar o outro para celebrar o evento é a permissão para a livre apropriação do espaço da cidade.

Estas manifestações acontecem de maneira inusitada e é um crescimento individual e coletivo dentro da sociedade.

Fazer a cidade não é simplesmente fazer obras viárias, criar estacionamentos ou pintar fachadas de prédios. Para quem estamos fazendo a cidade? È para uma cidade cenográfica que se manifesta por quem passa ou vive um tipo de cidade encapsulada em shoppings centers?

Hoje, mais do ser, ter e estar, é preciso se mover.

* paradoxalmenteeu_artigos
em 24/09/2006

Prefiro ler os livros debaixo da sombra das árvores ...

+ O que mudou do Bob Esponja para o Siriguejo?

+ Alguém sabe o que e onde vai ser o prédio da NOVA BIBLIOTECA?

+ Alguém já viu ou mais uma vez se escondeu o projeto no fundo dos mares?

Vamos estão ser RACIONALISTAS como gostam de ser.

TODAS AS INCÓGNITAS DA QUESTÃO:

ACERTO

ERRO (1) = {Anterior}

ERRO (2) = {Atual}

ERRO (2)/2 = Meio Acerto ou Meio Erro, não sabemos ainda. Mas ainda é meio.

__________________________________________________

ERRO (1) + ERRO(2)/2 = ACERTO

2 ERROS/2 + ERRO/2 = 2 ACERTOS/2

3 ERROS/2 = 2 ACERTOS/2

3 ERROS = 2 ACERTOS

__________________________________________________

CONCLUSÃO:

Resp. 1: Espera um pouco, um ERRO pode ser igual a um ACERTO?

Resp. 2: Não há conclusão.

Resp. 3: nda. Não sei do que se trata a conta.

Para mim, um ERRO é um ERRO, e um ACERTO é um ACERTO.

QUESTÕES DISCURSIVAS:

“Os estudantes estão de passagem”...

+ Estamos mesmo ou somos massa de manobra?

Estamos de passagem, mas o que somos aqui dentro da Universidade é o que nos constituirá fora daqui. A Universidade atualmente é um perfeito canteiro de obras para o que se estabelece fora daqui, na cidade REAL.

A retórica é a da NÃO DISCUSSÃO, posto que tudo seja válido no pensamento de quem pensa ser dono da razão.

As verdades se refletem no espelho do ego. Onde tudo o que se vê é apenas o reflexo de si mesmo.


Será que para mudar o mundo existe um padrão ...

Uma fórmula exata ...

... QUEREMOS um processo de discussão coletivo.

E num processo de discussão coletivo não temos que revirar papéis para enxergar o que está sendo feito, nem ao menos se convidam indivíduos para se associar a um determinado clube.

Tudo sitiado ... cada um abocanha um pedaço ...

Enquanto o corpo Universal morre ...

Aceleremos o processo ...

Esquartejamo-lo ...

Comam cada um o seu pedaço ...

Depois uns aos outros ...

Até sobrarem os mais fortes ...

Carnívoros vorazes e impetuosos ...

Mas sabemos o que acontece com os carnívoros dessa estória ...

O que acontece a um carnívoro sem carne? ...


PROVA ORAL:

Calem nossas bocas ...

Mande-nos calar, pois agora não é mais a nossa vez de falar ...

Visto que o tempo corre ...

Estamos ultrapassados ...

O discurso é inflamado ...

E queima nossas línguas ...

Mas mudos podemos pensar ...

Escrever ...

E se quisermos lutar ...

Será que os acertos são construídos de um amontoado de erros ...

Nossas vozes estão fracas ...

E ainda querem nos jogar na chuva.

Algumas questões que ainda não estão claras:

1- Quais são as verdadeiras datas de entrega do projeto da Biblioteca? Já se passaram mais de um mês e nada foi discutido com a comunidade acadêmica em geral.

2- A apresentação pública dessa semana tem caráter apenas informativo ou podemos opinar?

3- Existem quantas propostas para discussão do mesmo projeto?

4- Há tempo para discussão?

5- Se não há, temos que aceitar uma proposta que desgostamos?

6- O que prevê o Plano Diretor da UFES a respeito desse e de outros prédios que estão sendo construídos na UFES?

7- Por que outras Universidades conseguem fazer um processo democrático como um concurso de projetos e a nossa não? Falta tempo ou vontade política? Vide o exemplo Campus da Universidade Federal de São Paulo na cidade de Diadema – SP, no site: www.iab.org.br/unifesp

Algumas conclusões:

1- Temos um ótimo estudo para se realizar um concurso, nada mais que isso.

2- Ao invés de se construir um projeto símbolo do descaso, um Levietã de Thomas Hobbes, por que não reverter essa verba num processo verdadeiro de construção dentro dessa Universidade. A formação de uma comissão para elaboração de um Concurso Público de Projeto que defina de fato quais são os rumos dessa Universidade. Espacialmente e conceitualmente, embasado num amplo processo de discussão coletiva com todos os setores dessa Universidade.

3- Valoriza-se tanto o espaço do Centro de Artes e sempre reiteramos a idéia de concepção e funcionamento dos CEMUNIS (colocados na sua devida época) abraçados pelo espaço verde, por quê agimos de maneira controversa. O que está sendo feito são apenas planos de massa, não devemos entrar no foco da discussão edílica, mas no processo que se estabelece sem essa preexistência. E as pessoas que vivenciam esse espaço, não contam. Espero que entremos sim no mérito dessa discussão.

* paradoxalementeeu_artigos
em15/5/2006

NOTA DE FALECIMENTO

+ Aonde estão os estudantes de Arquitetura e Urbanismo?

... Talvez perdidos por aí ...

Através desta venho manifestar minha tristeza diante da atual situação do curso. Falo sobre os estudantes e a falta de sentido de valor do que representa estar aqui no CEMUNI III.

É contraditório passarmos anos estudando, e cada um tem a sua estória para entrar numa Universidade Federal Pública, para depois agirmos com total descaso em relação à mesma. Vejo atualmente que toda a energia que outrora foi canalizada para estar aqui, agora se esvai num tipo de ritual destrutivo e bizarro que nada se compara ao evento da Festa.

Festa:. [do lat. festa]1. reunião alegre para fim de divertimento ...2. o conjunto das cerimônias com que se celebra qualquer acontecimento; solenidade; comemoração.

Bizarro:. 5. Extravagante, esquisito.

O antagonismo entre ambos é evidente. A situação é crítica.

Vejo aqui dentro do CEMUNI a miniaturização de uma dessas micaretas que estão espalhadas pela cidade.

Uma bebedeira descontrolada, gritaria pelos corredores, garrafas de bebida deixadas em frente do Departamento, vômito por todos os cantos do prédio, sala de aula urinada ... uma movimentação estranha ... irreconhecível ... e, talvez, o único ato humano disso tudo seja carregar o amigo que não consegue mais andar de tão bêbado ... tudo isso às 15:00 h com as salas tendo aula.

Não quero ser falso moralista ... talvez os antigos alunos estejam ficando velhos e ultrapassados ...

Mas questiono a quem é estudante: O que imaginam que é fazer uma Universidade ??? É somente mera repetição das atitudes e modismos que vemos lá fora ???

Não me responsabilizo como membro do CALAU (Centro Acadêmico Livre de Arquitetura e Urbanismo) neste ponto por quem entra no curso ... no tocante à educação e bons princípios nada podemos fazer ... isso se aprende em casa e com a vida ... e isto não está relacionado em ter dinheiro ou não, em ser inteligente ou não, em fazer mais pontos no vestibular ou não ... isso tem a ver com respeito ... tem a ver com o que carregamos dentro da gente ... ao que estamos dispostos à absorver ou não.

(...) Será que a nossa geração está perdida ou se deixando levar pelas ondas da maré ???

(...) Será por coincidência que está sendo construída essa cidade medíocre e injusta diante de nossos olhos turvos ???

(...) Será que temos algum compromisso dentro de uma Universidade tão restrita a poucos ???

Já passou da hora de pararmos para pensar ...

paradoxalmenteeu_artigos
texto para: O FOLHA PRETA em 3/4/2006